quarta-feira, 15 de outubro de 2008

O Manifesto Comunista redespertou?

Por Suzélio Anibal Leonardo
Publicado no Jornal da Paraíba em 09 de outubro de 2008.

Estava folheando uma apostila do manifesto de Marx e Engels e ao ler uns destaques, feito por mim, tive um estalo, será que o velho manifesto estaria despertando novamente? Os trechos estão entre aspas.
“Portanto prepara crises (a burguesia) mais extensas e mais destrutivas, diminuindo os meios de evitá-las”. Fomos surpreendidos recentemente com todo esse furdunço na economia mundial, megabancos declaram falência e demissão em massa, ameaçando as maiores economias do mundo.
Coincidência ou planejamento? Seria o cenário atual uma coincidência? Teria os usuários desses serviços, de alguma forma, provocado à falência desses bancos? Muito estranho, pelo que conheço de banco, eles não perdem nada pra ninguém. Foi planejado? Teria isto relação com o que o manifesto alerta? Muito arriscado, pelo que conheço de bancos eles não correm riscos.
Despreparo ou competência? Como pessoas despreparadas constroem um império econômico desse tamanho? Muito menos competência, pois esta façanha tinha muita chance de dar errado.
Uma parlamentar estrangeira, muito importante, foi a público recentemente proclamar o fim da farra dos bancos. Teriam eles aproveitado a oportunidade das eleições e a desatenção do Estado e “evaporado com tudo que era sólido” nos preceitos liberais, em favor próprio?
Como se dará o desfecho desta crise? Alguns países optaram por estatizar os bancos, outros por investir dinheiro público nos mesmo, pondo em cheque o orgulho dos liberais, o livre comércio. “O Sagrado tornara-se profano”?
A única filosofia de comércio que conheço é a de um verdureiro pesando cebolas em uma balança de bandejas, ele sabe que a balança nunca se nivelará, mas troca as cebolas até chegar ao melhor resultado, hora para o cliente, hora para o vendedor. Hora perdemos, hora ganhamos e a pesagem tem de ser feita à vista dos envolvidos, para que não fiquem dúvidas nas transações. Quando uma ou mais destas regras são desrespeitandas, o prejuízo para um dos lados é inevitável. “Por fim, o homem é obrigado a encarar com serenidade suas verdadeiras condições de vida e suas relações com a espécie”.
De um lado estão os bancos e do outro o Estado, temos duas soluções a serem usadas, a melhor será aquela que menos causará impactos sociais e econômicos. A burguesia nos ensinou os artifícios do comércio, “ela produz seus próprios coveiros”, se não, seus capatazes. Eles foram apenas desatenciosos e não respeitaram as três regras do vendedor de cebolas. Não podemos cometer o mesmo erro!
Professor Suzélio Anibal Leonardo

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